Projeto sustentável

Incêndios e inundações apocalípticos, ciclones e furacões são cada vez mais o novo normal, e as emissões são 62% mais altas agora do que quando as negociações internacionais sobre o clima começaram em 1990. Como sempre, o ArchDaily está aberto a contribuições de nossos leitores; se você quiser enviar um artigo ou projeto, entre em contato. Mensalmente, exploramos um tema específico através de artigos, entrevistas, notícias e projetos. O escritório indiano Morphogenesis leva os leitores a um passeio por seus projetos ambientalmente conscientes, ultrapassando as fronteiras do design sustentável, projetando habitats que mesclam o vernáculo e o global.

Em setembro, argumentamos que as habilidades criativas dos arquitetos, artistas e designers podem ser canalizadas em uma ação progressiva e coletiva sobre as mudanças climáticas. CAMARINHA, P. I. M.. Vulnerabilidade aos desastres naturais decorrentes de deslizamentos de terra em cenários de mudanças climáticas na porção paulista da Serra do Mar. Tese (Doutorado em Ciência do Sistema Terrestre) planta de sobrados pequenos – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 2016. Estudos mostram que em 2050, 1,6 bilhão de pessoas que vivem em mais de 970 cidades estarão regularmente expostas a temperaturas altas extremas. Juntamente com o “efeito de ilha de calor urbana”, que torna as cidades mais quentes do que a área rural circundante, isso coloca os moradores urbanos em alto risco.

As cidades costeiras brasileiras vêm sofrendo riscos devido aos eventos climáticos, e o rápido desenvolvimento urbano agrava este cenário de perdas humanas e ambientais. O primeiro grande impulso às estratégias de adaptação climática no planejamento foi o desenvolvimento do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, que orienta a integração do uso e ocupação do solo à preservação ambiental e prevenção aos riscos de desastres naturais. As cidades costeiras brasileiras como Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Santos são consideradas com alta vulnerabilidade às mudanças climáticas, e vem desenvolvendo ações de adaptação e índices de vulnerabilidade que analisamos neste artigo.

A Arquitetura como Ferramenta de Resiliência Urbana e Adaptação às Mudanças Climáticas

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Para tal é necessário maior disseminação do conhecimento técnico-científico em vulnerabilidade climática, intercâmbio com redes mundiais em resiliência urbana e maior investimento em ações de AbE no âmbito da adaptação climática. As mudanças climáticas têm sido um dos tópicos mais urgentes deste ano, e por um bom motivo. Ao longo do ano, eventos como a COP27 enfatizaram a importância dos esforços para zerar as emissões líquidas e os desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento afetados por desastres naturais, cada vez mais devastadores.

SÃO PAULO NAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: ESTUDOS E PROPOSIÇÕES PARA A RESILIÊNCIA URBANA

FABRICations, um estúdio holandês de arquitetura e pesquisa, apresenta aos leitores seis etapas precisas para projetar as cidades do futuro. Entre elas estão questões associadas à mobilidade sustentável, armazenamento de águas pluviais e agricultura urbana. Em um momento histórico no qual começamos a sentir os resultados de um longo processo de industrialização planta de casas sobrados e urbanização veloz e predatório, é necessário pensar e produzir espaços que estejam aptos a se readaptar a novas realidades. A partir dessa necessidade surgem conceitos que podem nortear a transformação e produção de cidades futuras. O autor tem o direito de divulgar seu artigo conforme sua conveniência devendo citar a revista.

No Vietnã, os projetos de habitação tradicionais, como a orientação ideal das construções, salas altas e grandes aberturas, melhoram a ventilação. Paredes de trombe – estruturas pesadas de concreto, pedra ou outro material pesado que capturam o calor solar são usadas na China, Chile e Egito. Telhados verdes e superfícies reflexivas também podem reduzir as temperaturas dentro e ao redor das construções.

A arquitetura ativista pode ajudar a combater as mudanças climáticas?

As raízes das plantas agem como esponjas para recarregar as águas subterrâneas e, durante chuvas fortes, as raízes permitem que a água penetre no solo e reduzem o risco de inundações. Na China, o Projeto Sponge Cities está testando soluções de eco-engenharia para absorver e reutilizar a água da chuva em mais de 30 metrópoles para reduzir os riscos de inundações. Embora não exista uma “única solução” para todos os desafios climáticos que a terra vem enfrentando, existe um ônus para cada cidadão, tanto em suas vidas pessoais quanto profissionais, que requer uma ação imediata de todos nós, aplicando nossos conhecimentos e habilidades para enfrentar os principais desafios de nosso tempo. O novo relatório do PNUMA, Um Guia Prático para Construções e Comunidades Resilientes ao Clima, mostra como edifícios e espaços comunitários podem ser construídos para aumentar a resiliência, especialmente em países em desenvolvimento, onde os assentamentos são em grande parte autoconstruídos.

Além disso, a cidade incentivou a diversificação de sua economia e buscou construir uma política mais integrada com outras escalas de governo como, por exemplo, a área habitacional. Uma cidade resiliente é uma cidade que apresenta a capacidade de resistir e se regenerar após situações adversas de qualquer natureza. Etimologicamente, o termo resiliência deriva da palavra latina resilio, que significa recuperar. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), resiliência urbana significa a capacidade de um sistema urbano de absorver, recuperar e se preparar para choques futuros. É a habilidade que as cidades têm de adaptar ou transformar rapidamente suas funções diante de um distúrbio que limite suas possibilidades. Com o objetivo de sobrevivência desse modo de habitar, cidades resilientes têm capacidade de resposta e reinvenção diante de adversidades.

3ª Comunicação nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Volume II, 2016. A  Revista LABVERDE autoriza a republicação de seus artigos desde que devidamente citada fonte e autoria. Apenas 12% das cidades tem níveis de qualidade do ar compatíveis aos padrões de qualidade da OMS.