Ou seja, ainda que pareça algo simples para os adultos, o desenho na infância é algo bastante relevante. Todo esse processo se inicia ainda com as garatujas, como são chamados os desenhos mais rabiscados, feitos pela criança entre seus 18 e 24 meses. Esses traços começam desordenados, porém, há um significado para as crianças, ainda que seja difícil para os adultos entenderem. Ao utilizar o desenho infantil na investigação psicopedagógica, o psicopedagogo deve observar os elementos que o compõem para que se possa, então, estabelecer aspectos expressivos e projetos que permitirão uma análise mais ampla que possibilitará ao psicopedagogo traçar estratégias de intervenção. Assim, pode-se dizer que o traço que a criança faz traz consigo, inevitavelmente, o estado em que a mesma se encontra neste momento. Este estado permanece pronto para que o vejam leiam todos aqueles que são capazes de compreender tal linguagem.
Através dessa atividade, elas têm a oportunidade de expressar sentimentos e emoções que muitas vezes não conseguem verbalizar. Isso pode ajudar na redução do estresse e da ansiedade, proporcionando uma sensação de alívio e calma. Além disso, ao desenhar, as crianças podem elaborar e confrontar experiências e sentimentos internos de uma maneira segura e controlada, promovendo um maior autoconhecimento e resiliência emocional. O ato de desenhar também pode trazer uma sensação de realização e orgulho, contribuindo para a construção da autoestima e confiança. O desenho é uma das primeiras formas de expressão visual que as crianças utilizam para interpretar o mundo ao seu redor.
Assim, muitas pesquisas têm sido realizadas acerca do ato de desenhar, como linguagem única e peculiar, presente na constante interação entre ensinar e aprender, dentro dos mais diferentes eixos epistemológicos e distintas abordagens. Segundo Wechsler, (1996), compreende-se que o desenho é uma das grandes vias de comunicação dos infantes, pois ele aparece muito antes da criança saber ler ou escrever. Através do desenho, ela pode expressar sentimentos, desejos, medos e preocupações que, muitas vezes, em seu comportamento habitual, não é possível perceber. Muito tem sido estudado com relação a esse tipo de comunicação não verbal por parte dos infantes.
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A disciplina de arte nas escolas tem um papel essencial na vida das crianças, pois é através da arte que é possível a criança se comunicar e interagir com o mundo em que vive, é por meio da arte que o ser humano se torna, além disso, sensível e mais criativo. Desde o inicio da formação humana, as pessoas inventam formas de se relacionarem e se comunicarem sendo uma delas o desenho, através deles as pessoas demonstravam as lutas e suas conquistas realizadas. Muitos tempos se passaram desde a pré-história, mas o desenho continua sendo uma das formas de comunicação, na qual as pessoas conseguem transmitir sentimentos do mundo ao seu redor. Com o passar do tempo e a ampliação dos campos de estudo novos conceitos foram surgindo em torno do referido assunto progressivamente as antigas concepções foram sendo substituídas por diferentes considerações, ainda segundo Mèredieu (2017 p.24) “a maneira de encarar o desenho evoluiu paralelamente deixando de ser considerados unicamente de acordo com a arte adulta e agora visto como uma preparação para o futuro artístico”.
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Normalmente, ela começa a desenhar entre os 18 e 24 meses e essas primeiras manifestações são chamadas de “garatujas”. Trata-se de traços, inicialmente, desordenados que os adultos não conseguem entender, mas que para ela tem um significado. Nesses casos, os desenhos contêm símbolos do dia a dia e estimulam a leitura e a organização de ideias.
Descoberta de habilidades
Essa interação social durante a atividade de desenhar cria um senso de comunidade e fortalece os laços entre as crianças, fundamentando capacidades essenciais para a convivência em sociedade. O desenho exerce uma influência significativa no desenvolvimento cognitivo das crianças. Ao desenhar, as crianças aprimoram suas habilidades de observação, percepção visual e espacial, além de desenvolverem a coordenação motora fina. A prática do desenho incentiva a criatividade e a imaginação, permitindo que as crianças explorem novas ideias e soluções para problemas. Ademais, através do desenho, as crianças aprendem a organizar seus pensamentos de maneira coerente, pois precisam planejar e estruturar suas criações. Isso contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico e da capacidade de abstração, habilidades fundamentais para outras áreas do conhecimento, como a matemática e a escrita.
Nesta fase a criança não possui condições de criar um circulo e também não mantém o controle de seus movimentos. As garatujas fazem parte do desenvolvimento da criança, durante este período as crianças podem fazer os seus desenhos em algumas superfícies como paredes, móveis etc. Na segunda etapa ocorre a garatuja controlada, nesta podemos perceber que os ziguezagues, vão dando espaço para o surgimento de círculos que com o passar dos desenhos vão se aperfeiçoando e formando muitas bolinhas, começam a surgir traços retos e a crianças passam a falar o nome do desenho, mas ainda tem dificuldade para controlar sua coordenação motora.
Ela liberta-se das aparências e, ao mesmo tempo pode representar o objeto como ele é realmente, enquanto o adulto só representa por um único ponto de vista. Há vários sentidos na expressão gráfica do desenho infantil, pois nele a criança utiliza-se de múltiplos caminhos para registrar percepções, conhecimentos, emoções, vontade, imaginação, memória no desenvolvimento de forma de interação social, apropriada a suas condições físicas, psíquicas, históricas e culturais. A criança desenha para significar seu pensamento, sua imaginação, seu conhecimento, criando um modo simbólico de objetivação de seu pensamento. Desenhando, cria em torno de si um espaço de jogo, silencioso e concentrado ou ruidoso seguido de comentários e canções, mas sempre um espaço de criação.
Existem várias técnicas e materiais para que qualquer criança possa desfrutar plenamente da experiência enriquecedora do desenho e da arte infantil, pois não se trata apenas de usar elementos convencionais como lápis e cores. O educador que não faz tudo o que pode, agora, no plano da educação escolar – que é o plano mais geral e decisivo para exaltar e realizar essas virtualidades que deixa passar o momento oportuno, que por indiferença, por cansaço ou por negligencia, contribui para manter a banalidade do mundo e a mediocridade do homem, a insignificância da vida. Buoro (1996, p. 32) enfatiza que é “fundamental que o ensino de Arte contemple aspectos relacionados com o fazer artístico dos alunos, suas técnicas e procedimentos, a apreciação e a contextualização histórica que situa a obra em seu tempo e espaço e costura com o cotidiano”. Dessa forma, ela pode expressar aquilo que sente como alegria, medo, angústia e mostrar como é a sua própria relação com o mundo que a cerca. E aqui o desenho atua de forma importante para que os pais ou responsáveis possam compreender o que se passa com ela.
Hoje em dia, a criatividade é muito valiosa em todas as áreas da vida seja no ambiente de trabalho, acadêmico, familiar ou pessoal. Ao estimular a criatividade nas crianças, encoraja-se a capacidade de adaptação para enfrentar qualquer tipo de desafio que ela poderia encontrar pela vida. Segundo a professora Ángeles Gervilla, a criatividade é a capacidade de gerar algo novo, seja um produto, uma técnica ou uma maneira própria de se aproximar da realidade. Conforme o ponto de vista do autor, o desenho está intimamente ligado com o desenvolvimento da escrita, exercendo na criança uma verdadeira fascinação sobre a possibilidade de criar e recriar individualmente formas expressivas, integrando percepção, imaginação, reflexão e sensibilidade, e podem então ser apropriadas pelas outras leituras simbólicas. Toda criança desenha brincando com uma varinha na areia, com pedra na terra, ou caco de tijolo no cimento, com carvão nos muros e calçadas, lápis, pincel com tinta no papel, ela deixa marcas nos mais variados locais e com diferentes materiais, criando jogos e contando histórias.
É preciso também entender quais as ferramentas mais adequadas a levar os alunos a novas descobertas, aliando a técnica, a interpretação e a sensibilidade na condução do processo ensino-aprendizagem. Porém somente no final do século XV, através de diversos movimentos artísticos que apresentavam novas formas de expressão e perspectivas, o desenho passou a tornar-se elemento fundamental da criação artística a paralelamente à popularização do papel, sendo encarado como um elemento da criação artística, parte de um processo, mas não como o processo final, ou seja, o desenho era visto um projeto da arte a ser desenvolvida e não como a própria arte em si. À medida que a criança cresce, seus desenhos começam a adquirir formas mais reconhecíveis.
[ …] pois as crianças não são passivas, meras receptoras d informações que estão a sua volta através do contato com o seu próprio corpo, com as coisas de seu ambiente […] as crianças vão desenvolvendo a capacidade afetiva, a sensibilidade e a alta estima o raciocínio o pensamento e a linguagem”. Nesta fase a criança já começa a controlar os seus movimentos, ela já percebe que a sua mão exerce uma função sobre o desenho por ela feito e então ao perceber essa relação passar a sentir mais vontade de criar. Durante este período é inconcebível que um Desenhos online adulto mesmo entusiasmado com o crescimento e o desenvolvimento da garatuja da criança faça um desenho real e peça para que ela o copie, é como pedir para que uma criança que não sabe nem gatinhar ande. Na terceira etapa surge à representação pré-esquemática, é nessa época que a criança começa fazer símbolos dos objetos que ela conhece, passa a ter certo domínio sobre a área designada ao desenho.
“Proporcionar oportunidades para que as crianças desenhem é um investimento no seu desenvolvimento completo“, afirma Letícia Dorighello. Esse incentivo possibilita que as crianças desenvolvam uma base sólida para o aprendizado, seja por meio da expressão de emoções ou pelo estímulo de habilidades cognitivas e psicomotoras. E à medida que se desenvolve, passa a buscar representar os objetos da maneira como os enxerga. É neste momento que surgem os conceitos de proporção, tamanho, relação espacial e posição relativa. Além disso, na infância, tudo é novo e gera curiosidade, e o mundo é explorado através dos cinco sentidos, os quais são extremamente aguçados.